quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A confraria

Ouvi hoje na TSF que a Confraria do Pudim do Abade de Priscos quer que o Papa coma esta sobremesa. E pelos vistos, já falaram com um eclesiástico qualquer que tem uns contactos lá em Roma.

Há tempos, estava na moda entrar no Guinness com este tipo de coisas (a maior feijoada, a maior chouriça, o maior grelhador de não-sei-o-quê), agora parece que a moda é pedir publicidade ao Papa. Mesmo que ele não a dê, haverá sempre um jornalista por perto para noticiar a coisa.

E outro aspeto: não é impressionante a profusão de confrarias gastronómicas? E não é paradoxal que quando diminui a presença em atos litúrgicos e em procissões, as confrarias usem uma vestes, umas bandeiras,uns ritos e umas procissões paralitúrgicas? É muito fácil perder a dimensão do ridículo. E ainda mais em grupo.

Como Marx - um dos irmãos, não o Karl - eu era capaz de pertencer somente a uma confraria. A dos que não querem pertencer a nenhuma.

4 comentários:

Anónimo disse...

"E outro aspeto: não é impressionante a profusão de confrarias gastronómicas? E não é paradoxal que quando diminui a presença em atos litúrgicos e em procissões, as confrarias usem uma vestes, umas bandeiras,uns ritos e umas procissões paralitúrgicas? É muito fácil perder a dimensão do ridículo. E ainda mais em grupo."
Provavelmente aprenderam com alguns sacerdotes confrades nas ditas confrarias. Há alguns que são confrades de butelos e casulas e até fazem o ágape no seminário. Outros há que vão mais para o javali ou para a castanha. Não sei é se o fazem com a bênção do bispo.

Anónimo disse...

Abençoa. Desde que chegou que a máfia aventalopus estendeu os tentáculos

Fernando Correia de Oliveira disse...

a versão que conheço do Marx, o Groucho, é mais: "nunca poderei pertencer a um clube que me aceite como membro" ;-)

Anónimo disse...

Quanto a esta confraria, que conheço bem, sei que não tem a bênção do pároco, mas tem do arcebispo e do vigário geral. Ao contrário do que diz o texto, esta confraria não é do pudim abade de Priscos, mas apenas do pudim do abade, precisamente porque o abade de Priscos não autorizou aquela designação.

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