domingo, 31 de março de 2013

Bento Domingues: "A vida triunfa da morte"

Bento Domingues no "Público" de hoje:


Se para afirmar Deus fosse preciso sacrificar o ser humano, Deus estaria condenado e o ateísmo justificado. Deus, acolhido e celebrado como fonte de vida, foi acusado, na modernidade, de roubar a liberdade, a criatividade e a felicidade ao ser humano. O teólogo não pode recusar a participação numa investigação pluridisciplinar, capaz de apurar as responsabilidades das religiões, das igrejas e da cegueira humana, nessa acusação. A crítica das práticas e representações alienantes da religião pertence ao seguimento de Jesus Cristo. Não há discipulado sem a democratização desta atitude na Igreja.

Crítica não é má língua esterilizante. Para conceber e experimentar novos caminhos e expressões que assumam a tradição no seio da criatividade multifacetada de cada época, ou nos seus desvarios, é indispensável discernimento. Só um Deus de puro amor pode ajudar a humanidade a ser humana.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Não há discipulado sem a democratização desta atitude na Igreja".

Caro Frei Bento: creio que vive na ilusão de que todo o povo cristão tem conhecimentos para realizar essa atitude de "purificação". Não tenha ilusões: não tem. Você mesmo admite que a maioria dos Cristãos não conhece, talvez por incúria dos agentes da pastoral (na qual eu também o incluo), a mensagem da sua fé. Com que critérios, então faria esse discernimento? Com os critérios da "moda do momento"? Ou, para si, a "democratização" apenas se estenderia a alguns teólogos que se sentem incomodados por a sua perspectiva da fé cristã não ser assumida pela hierarquia e imposta aos demais? Não sei o que lhe diga, Frei Bento. Gostaria de poder estar mais de acordo consigo, mas, e embora não esteja totalmente em desacordo, não posso estar. A purificação deve, certamente, ser feita, mas apenas por quem for competente para a realizar. Isto não é elitismo, mas realismo. Sinto que o Frei Bento sente pena (apenas pena?) por o cristianismo não ser mais à imagem da sua interpretação do mesmo. Mas ainda bem que não é. Receio que Cristo não se reveria nele. Cristo é inclusivista: aceita todos, mesmo aqueles que Frei Bento parece detestar, por ser, precisamente, um "puro amor".

Termino estas palavras, caro Frei Bento, com uma pergunta: não está cansado de viver amargurado?

Georgette Brunn

Anónimo disse...

Sim, o que está mesmo a faltar é uma grande investigação pluridiscilplinar! :)

Rui Jardim

Anónimo disse...

Se eu não fosse um "info-excluido"gostava de ter um blogue dedicava-me a escrever noticias sobre o padre poeta o bispo do porto e frei Bento tinha animação garantida...deve ser reflexo "pavlov" escreve-se "frei" começa a salivação

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