sexta-feira, 24 de junho de 2011

24 de Junho de 1842. Nasce o autor do “Dicionário do Diabo”


Ambrose Bierce nasceu no dia 24 de Junho de 1842 e morreu no dia 26 de Dezembro de 1913. Jornalista e escritor, é autor do “Dicionário do Diabo” (1911), um conjunto de definições sobre o ser humano cheias de ironia, cinismo, sarcasmo e sardonismo. Algumas dizem respeito a temas religiosos, como estas que aqui recolho (mesmo que não se concorde nada com elas, fazem pensar):

Um santo é um pecador morto, revisto e corrigido.

Nada é mais lógico do que a perseguição. A tolerância religiosa é uma espécie de falta de fé.

Orar. Pedir que as leis do universo sejam anuladas em favor de um único postulante, que se confessa indigno.

Cristão. Alguém que acredita que o Novo Testamento seja um livro inspirado por Deus, admiravelmente adaptado às necessidades espirituais do seu próximo.

A morte não é o fim. Resta sempre a luta pelo espólio.

Pedir perdão é assentar o terreno para futuras ofensas.

Arrependimento: um sentimento que raramente incomoda as pessoas antes de começarem a sofrer.

Diabo: o autor de todos os nossos infortúnios e proprietário de todas as coisas boas deste mundo.

Esquecimento: um dom concedido por Deus aos devedores, para compensar o facto de serem destituídos de consciência.

: crença, não baseada em provas, no que é contado por alguém que fala sem conhecimento de coisas sem paralelo.

Mortalidade: a parte da imortalidade que já conhecemos.

Ócio: uma quinta-modelo na qual o Diabo experimenta as sementes de novos pecados e cultiva os vícios de primeira necessidade.

Proibido: dotado de um novo e irresistível encanto.

Religião: uma filha da Esperança e do Medo, que explica à Ignorância a natureza do Desconhecido.

Religiosidade: reverência pelo Ser Supremo, baseada na Sua suposta semelhança com o Homem.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta está boa. Se reflectirmos hoje, no mundo ocidental, grande parte da humanidade vive com estes princípios: agnosticismo, ateísmo. O Papa tem falado bastante desta matéria nos últimos tempos. Ontem o bispo de Fátima (de quem não são muito apreciador) referia isso mesmo: sem Deus vive-se na escravidão. Mas não podemos esconder os factos. Este post (excelente) é um retrato de muita da nossa sociedade e a realidade ninguém a pode esconder. Hoje muitos não acreditam em nada, excepto em si mesmos.

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