domingo, 25 de julho de 2010

25 de Julho de 2008. Morre Randy Pausch

Vítima de cancro do pâncreas, Randy Pausch, professor de computação na Universidade de Carnegie Mellon, morreu no dia 25 de Julho de 2008. Tinha 47 anos.

No dia 18 de Setembro de 2007, quando já sabia que tinha apenas uns meses de vida, deu a palestra “The Last Lecture”. É uma prática comum nas universidades pedirem a professores que imaginem o seu falecimento e que “ruminem sobre o que mais os interessa”.

O que Randy Pausch disse, “Conquistar os nossos sonhos de infância”, pode ser visto no vídeo a seguir a este texto ou lido no livro “A Última Aula” (Editorial Presença). Uma grande lição de vida.

Deixo aqui algumas das suas frases:

Não podemos trocar as cartas que foram dadas. Só podemos decidir como jogá-las.

Tenham sempre alguma coisa com que negociar, pois isso fará com que sejam apreciados.

Os muros estão lá para que possamos mostrar a que ponto desejamos alguma coisa.

A sorte é, sem dúvida, onde a preparação esse cruza com a oportunidade.

No livro, Pausch fala pouco de religião. Logo no início diz que se converteu à hora da morte (“deathbed conversion”): comprou um Macintosh. Mas nota-se que é crente. Faz parte de uma comunidade de tradição protestante.

Escreve nas páginas 228-229:

Não discuti a minha religião específica na aula, pois queria falar sobre princípios universais que se aplicassem a todas as fés – partilhar coisas que aprendera através das minhas relações com as pessoas. É claro que encontrei algumas dessas relações na igreja. (…) O meu sacerdote tem sido bastante útil. Frequentamos a mesma piscina em Pittsburgh. No dia após ter descoberto que a minha situação era terminal, ambos fomos lá. Ele estava sentado junto à piscina e eu subi para a prancha. Pisquei-lhe o olho e depois mergulhei.
Quando me aproximei, ele disse-me: «Pareces a personificação da saúde, Randy». Disse-lhe: «Essa é a dissonância cognitiva. Sinto-me bem e estou com óptimo aspecto, mas ontem soubemos que o meu cancro voltou e os médicos dizem que tenho entre três a seis meses de vida».
Desde então que falamos sobre as melhores formas de me preparar para a morte.
«Tens um seguro de vida, certo?», perguntou-me.
«Sim, está tudo em ordem», garanti-lhe.
«Bem, também precisas de seguro emocional», adiantou. E depois explicou-me que os prémios do seguro emocional seriam pagos com o meu tempo, não com o meu dinheiro.

Sem comentários:

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