terça-feira, 16 de junho de 2009

Rembrandt, pintor paulino


Rembrandt (1606-1669), o maior pintor holandês do séc. XVII, é um caso sério de interesse (obsessão?) pela figura de São Paulo. Quando os pintores começavam a abandonar os temas religiosos, o mestre holandês continuava a inspirar-se na Bíblia, ao ponto de existir uma edição bíblica conhecida por “Bíblia de Rembrandt”, completamente ilustrada com as suas pinturas. Ora, Rembrandt, pintou pelo menos cinco vezes a figura de Paulo.

Protestante, embora haja divergências quando à confissão em concreto, não há dúvida de que conhecia bem a Bíblia (num dos seus quadros representa a sua mãe a lê-la).

Rembrandt teve fases da vida muito instáveis e cheias de dramas. Morrem-lhe dois filhos e, após oito anos de casamento, a mulher. Sobrevive apenas um filho, que o apoia na velhice. Chama-se… Tito – nome de um dos discípulos de Paulo.

Num dos seus auto-retratos (de 1661), Rembrandt representa-se como Paulo, com um turbante do Médio Oriente, a espada e o livro (que dizem ser a Carta aos Efésios), símbolos tradicionais do Apóstolo (aqui).

Entre as outras pinturas sobre Paulo (“Paulo Apóstolo”, de 1635; “Paulo Apóstolo”, de 1647; “São Paulo à secretária”, de 1629) destaca-se “São Paulo na Prisão”, de 1627, acima reproduzida. Paulo está possuído por uma mensagem (uma Pessoa!) maior do que vida, perante a qual as palavras são sempre limitadas. O seu olhar não engana.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...