quinta-feira, 18 de junho de 2009

O ícone Lenine


Marcos Ana passou 23 anos na prisão, sob a ditadura franquista e conta em livro, aos 87 anos, como foi. A obra chama-se “Digam-me como é uma árvore” (ed. Guerra e Paz) e é descrita como memórias “menos políticas do que puramente humanas” (“Ípsilon”, 12 de Junho). Marcos Ana recorda histórias da sua infância pobre e católica, da sua adesão ao comunismo na adolescência, da prisão, do exílio. Conta, por exemplo, que na prisão os presos sujeitos a tortura eram reconfortados por um certo retrato de Lenine, como se fosse um ícone religioso.

Leio a recensão de Mário Santos no “Ípsilon” e, sem antes conhecer o resistente, fico desperto para pelo menos dar uma olhadela no livro na próxima visita a uma livraria: “Este livro é um testemunho de vitalidade e optimismo, sem sombra de ressentimento. São as memórias de alguém que não nomeia os companheiros que «tiveram fraquezas», nem os seus directos torturadores: «porque devem ter filhos e netos e tanto tempo depois não quero conspurcar a recordação que tenham dos pais ou avós». São as memórias de um homem. Coisa rara”.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...