quarta-feira, 17 de junho de 2009

Clássicos 2 – “Tratado da Oração, do Jejum e da Esmola”, de Frei Luís de Granada


"Para conclusão desta obra [o Livro da Oração], pareceu-me necessário tratar, no final, dos frutos e proveitos da oração, para mover os corações dos leitores para o exercício desta virtude e para os trabalhos que, na sua continuidade, se hão-de passar. Porque assim como os que pregam jubileus e indultos apostólicos procuram declarar e encarecer as graças e os favores que neles se concedem, para que não recusem os homens fazer o que para isso se lhes pede, dado o muito que se lhes promete; assim também, como no exercício da oração, que aqui se pede, haja trabalho e dificuldade – como logo diremos -, é necessário adoçar esta purga com algum mel, pondo ante os olhos os frutos e os grandes efeitos desta virtude; para que, com este gosto e esperança, se esforcem os homens para querer tomar esta purga. E chamamo-la purga porque, como disse um daqueles insignes Padres do Deserto, uma das coisas mais trabalhosas que há na vida espiritual é o exercício contínuo da oração, o qual veremos claramente pelas seguintes razões".

Tratado da Oração, do Jejum e da Esmola | Frei Luís de Granada | Paulinas, 2006, 254 páginas

Luís Sarria nasceu em de Granada, em 1504. Vem para Portugal em 1550-51 e vive em Lisboa, no convento de S. Domingos (Rossio), até à morte, no dia 31 de Dezembro 1588. Este “Tratado…” é uma parte do “Livro de la Oración y meditación”, obra que suscitou a oposição da Inquisição e do grande teólogo (e confrade de Frei Luís) Melchior Cano. A principal crítica que lhe faz é que Frei Luís propõe um “caminho de perfeição comum e geral a todos os estados”.

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...